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Mostrando postagens de setembro 21, 2016

O caso Meursault, de Kamel Daoud

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Por Pedro Fernandes “Um francês mata um árabe deitado em uma praia deserta. São duas horas da tarde no verão de 1942. Cinco tiros, seguidos de um processo. O assassino é condenado à morte por ter enterrado mal sua mãe e ter falado sobre com demasiada indiferença. Tecnicamente, a morte se deve ao sol ou ao puro ócio. A pedido de um cafetão chamado Raymond que está contrariado com uma puta, o seu herói escreve uma carta ameaçadora, o caso se degenera e depois parece se resolver com um assassinato. O árabe é morto porque o assassino acha que ele quer vingar a prostituta, ou talvez porque ele se atreve, indolentemente, a fazer a sesta” – assim o narrador de O caso Meursault resume a obra mais conhecida de Albert Camus, O estrangeiro . É este romance, o ponto de partida para a narrativa de um livro cujo tratamento é o de preencher os silêncios ou reanimar os rumores em torno do acontecimento-chave para a obra que o antecede. A narrativa proposta por Kamel Daoud, n