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Maria do Monte: o romance inédito de Jorge Amado, de Carlos Emílio Corrêa Lima

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Por Pedro Fernandes Escrever é multiplicar o sentido das coisas. Desestabilizar fronteiras: fazer o real aparente e o aparente real enquanto o mundo manifestado pela linguagem não é mais nem real nem aparente mas outro mundo, o reino da palavra. Esse é o sentido primordial da poética; a premissa não subvertida da mimesis aristotélica. O criador de formas tem entre o mundo por ele habitado e o mundo sempre selvagem da imaginação seu lugar de périplo. E, mede-se sempre o valor de sua criação pela maneira ciente com que desconstrói aquilo que foi condicionado como algo estabelecido e única forma de ser. É evidente que essas considerações não se referem à maior parte das criações literárias, sobretudo, as designadas como prosa. A necessidade da verdade do narrado impôs ao romancista, por exemplo, um afastamento do tom às vezes fantasioso ou fantástico, para uma aproximação com a realidade vivida de maneira que o romance terá se convertido quase na sua fotografia, por ve