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Mostrando postagens de julho, 2016

Boletim Letras 360º #177

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A partir de 2017, a obra de Hilda Hilst ganha reedição em nova editora. Mais detalhes sobre ao longo deste Boletim. O Boletim Letras 360º é uma publicação semanal que reúne todas as notícias publicadas durante esse período em nossa página no Facebook e no Twitter. A primeira alcançou a margem de 37 mil amigos, o que novamente renova nossa compreensão sobre o valor de espaços como esses online para o cultivo de bom conteúdo e um pequeno adendo no projeto interminável de formação de leitores. Fica registrada nossa alegria e com ela os agradecimentos pelo reconhecimento construído com a chegada de cada um novo membro desse universo que é o Letras in.verso e re.verso.   Segunda-feira, 25/07 >>> Brasil: Obra-prima da literatura distópica ganha nova tradução e chega às livrarias no segundo semestre de 2016 Se não fosse a publicação de Nós , do russo Ievguêni Zamiátin, possivelmente não teria existido ou não seria tal como é Admirável mundo novo , de Aldous Huxley,

O riso dos outros

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Por Rafael Kafka O presente texto nasceu de um comentário em uma postagem do Porta dos Fundos em sua página no Facebook. Nela, havia o link para um vídeo chamado “Satanás”, mais um que talvez gere polêmica no meio cristão por utilizar-se de aspectos desta religião, em especial de seus segmentos neopentecostais, para gerar riso na audiência. O grupo de humor tem se metido em algumas celeumas há algum tempo por conta de um humor que supostamente ofende a fé dos outros. Pessoas como Marco Feliciano chegaram inclusive a questionar o porquê do grupo não fazer troça com os muçulmanos, alegando que o motivo era o medo de represálias como as sofridas por um certo semanário francês, revelando uma profunda visão distorcida dos povos islâmicos, que em si não representam o fundamentalismo religioso dos diversos grupos terroristas que andam por aí a espalhar o terror. Ademais, o Porta dos Fundos, por mais que não se goste de nada ou de tudo o que foi e é feito pelo grupo, faz humor com t

Neblina, Adalgisa Nery

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Por Pedro Fernandes Pela brevidade do texto, pela simplicidade do enredo, me recusaria chamar Neblina pelo convencional, de que este é o segundo e último romance de Adalgisa Nery; brevidade e simplicidade, entretanto, jamais devem ser tomadas como um rebaixamento da obra. Tampouco chamá-la de novela e não de romance. Aliás, minha certeza, presa em parte pelos dogmas da teoria literária, titubeia num aspecto: a profundidade ensaiada pela escritora quanto ao debate de ideias que tenta instalar ao longo do texto, propondo-se a inaugurar na cena da literatura nacional um tipo de obra pouco usual nesse cenário, o da narrativa de ideias. Isso se dá no exercício de buscar estabelecer uma linha de reflexão filosófica no interior do narrado que, nesse caso, bebe muito dos resquícios de um existencialismo ou pelo menos nasce nele para pensar em questões que unifiquem o pensamento, a existência e o espiritual. O motivo de, ainda assim, afirmar que esta narrativa é uma novela e

O que Federico García Lorca lia

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Por Jesús Ruiz Mantilla O alimento do poeta, a vitamina, o carboidrato, a proteína, é a leitura. Muitos tentaram explicar o mistério do autor telúrico que era Federico García Lorca como um gênio iluminado pela graça divina. Sustentam que o fato de ter sido um mal estudante, um aluno comum e sem tirar grandes notas em seus devaneios universitários, demonstrava sua falta de formação. Mas, muito além da atenção aos expoentes acadêmicos de seus dias entre tratados de Direito ou manuais de Filosofia e Letras, foi formando-se um leitor anárquico, impulsivo e voraz. Com muito bom gosto, diga-se. Remexia sem parar a biblioteca familiar e ia como quem vai à mercearia às livrarias onde seu pai possuía diversas contas em nome da família. Assim foi como, segundo Luis García Montero, também poeta granadino e professor de Literatura na universidade da cidade pela qual ambos foram apaixonados, tem sido demonstrado como as leituras de Lorca foram determinantes na infância, adolescência

Bernard Shaw

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Por Dolores Graña O jovem Bernard Shaw A infância de George Bernard Shaw foi infeliz, como só ocorre com todas as infâncias irlandesas que chegaram à literatura. Mas a infelicidade da infância de George Bernard Shaw – como, outra vez, só acontece com as infelicidades irlandesas – tinha sua forma particular, até orgulhosa, de ser. A família Shaw havia chegado a Dublin da Escócia e era protestante. Numa só geração, os Shaw viram decair sua condição de família de classe média baixa respeitável até beirar a indigência decididamente católica. Em meados do século XIX (Bernard Shaw havia nascido em 1856), Dublin era uma versão em miniatura da Londres de Dickens, ainda que só em tamanho. Seu pai, alcoólatra primeiro e comerciante de cereais depois, era conhecido nos bares do bairro como o Estrábico (defeito que o pai de Oscar Wilde, um respeitado cirurgião, não pode curar). A mãe de Bernard Shaw era uma cantora apaixonada, única discípula e aluna de Vandeleur Lee, quem afirmava ter

A massa e o indivíduo de Elias Canetti

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Por Javier Aranda Luna Os vivos que se conhecem bem sempre há algo que censurar. Os mortos, entretanto, agradecem que não proíbam a recordação. Elias Canetti Todos os homens lutam em algum momento contra a morte. Poucos convertem essa luta em militância e resistência. Elias Canetti foi um deles. Seus romances, obras de teatro, ensaios e aforismos facilmente revelam isso. Enquanto exista a morte, nada belo será belo e nada bom, bom, escreveu certa vez. Se a forma mais elementar que adquire essa luta é a simples sobrevivência, os dias de Canetti foram um preciso exemplo: esteve com sua mãe e seus irmãos por vários países em busca de melhores oportunidades para desenvolver-se e para fugir do antissemitismo da Alemanha nazista. Poliglota desde tenra idade, adotou, o alemão para escrever sua obra. Para ele, essa língua foi “a língua de meu espírito porque sou judeu e desejo conservar em mim, como judeu, o que resta de um país devastado”. De acordo com a

Boletim Letras 360º #176

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Depois de longa espera, leitores de Philip Roth no Brasil  começam a re ceber os livros que ainda faltam ser traduzidos por aqui. O primeiro dos últimos está disponível. Mais detalhes ao longo deste Boletim. Eis a  cópia das notí cias que divulgamos durante esta semana em nossa página no Fa c ebook e no Twitter @Letrasinverso. Boas leituras! Segunda-feira, 18/07 >>> Brasil: Os afetos da filha de João Cabral de Melo Neto um a um se revelam em antologias dedicadas a revisitação da obra do pai Desde sempre Inez Cabral tem estado à frente da obra do pai e desde há alguns dedicada à criação de antologias com retalhos temáticos da obra do poeta. Foi assim com a edição de O rio , com poemas cuja evocação são os rios; e é agora com poemas que registram o olhar de João Cabral de Melo Neto sobre os diversos lugares onde morou e pelos quais tinha predileção na antologia A literatura como turismo . Sabe-se que o brasileiro ao longo de seus quase cinquenta anos de car