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Mostrando postagens de agosto 14, 2015

A misandria libertária da menina má

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Por Rafael Kafka Poucos homens têm a capacidade de entender e expressar de forma profunda tal entendimento da condição feminina em seus textos como Mario Vargas Llosa. Isso fica bastante evidente nas diversas análises psicológicas feitas pelo autor no sentido de explorar as minúcias do machismo existente na sociedade ocidental em obras suas como Conversa na catedral ou A casa verde. Mas talvez tenha sido em A festa do bode onde mais vi evidenciada a sua capacidade de explorar o modo como as mulheres são oprimidas em nossa civilização tida como racional. Urania representa todos os abusos sofridos por mulheres. Em um jogo político podre, cheio de artimanhas das mais baixas, como ocorre em qualquer regime totalitário, Urania se vê de repente na necessidade de ceder o seu corpo e sua virgindade a um ditador para, quem sabe, salvar a vida do pai que se encontra arruinado. Após isso, a moça assume uma postura isolada, fugaz em relação a toda e qualquer relação amorosa, passa