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Mostrando postagens de fevereiro 27, 2015

O tornar-se pessoa de Violette Leduc

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Por Rafael Kafka Nas cartas de amor escritas a Nelson Algren, Simone cita uma “amiga feia”, apaixonada por ela, de comportamento neurótico e com sérias crises existenciais, tendo apenas como motivo para sobreviver a literatura à qual se entrega como um grande descarrego de sua consciência perturbada. Os encontros das duas eram frequentes, pelo menos uma vez por mês, e Simone se desesperava demais por não poder corresponder àquele sentimento, imaginando que a qualquer momento a amiga viria a cometer suicídio. Vendo o filme Violette de Martin Provost, lançado em 2013, consegui perceber que a tal amiga feia seria Violette Leduc, uma escritora cuja cinebiografia é narrada de forma primorosa com atuação de Emanuelle Devos no papel de Violette. A história do filme começa nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, mostrando Violette em um casamento arranjado com um escritor homossexual que se utilizou da tão comum manobra na época para fugir das obrigações militares. Aband