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A resistência suave do algodão em rama: autoria e crítica nos “Relatórios” de Graciliano Ramos

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Por Vera Romariz* Fac-símile dos dois relatórios escritos por Graciliano Ramos no período em que foi prefeito em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas. Imagem do Blog da Boitempo Editorial. Os dois relatórios do escritor Graciliano Ramos, publicados no livro Viventes das Alagoas (1962), foram produzidos entre 1929 e 1930, traindo um diálogo entre o texto informativo e o literário, com discreto hibridismo de discursos. Emerge dessas poucas páginas o relato de sua vida pública, fugaz mas significativa, com traços esparsos de uma crítica da realidade social que jamais abandonou; e os vetores críticos de seu texto são o humor e uma subjetividade ácida, anti-institucional, incomuns em documento de convenção tão normatizada pelas instituições, cuja tradição cultural o modela. Relatar supõe construir uma “narração ou descrição verbal ou escrita, ordenada e mais ou menos minuciosa do que se viu, ouviu e observou”, segundo o velho dicionário de Aurélio Buarque. Nesse senti