Minha coleção de pockets books ou tamanho é documento

Por Pedro Fernandes



O primeiro que adquiri foi Drácula, do Bram Stoker da L&PM Editores. E de lá para cá não parei de tê-los. E, estudante, com pouca grana, sempre faço opção por eles. Mesmo depois se eu tiver a chance de construir uma biblioteca com os títulos normais, os pequeninhos continuarão a existir. 

Os livros de bolso surgiram no país com a série "O coyote", publicada nos anos 50 pela Monterrey, do Rio de Janeiro. Na época, cada edição vendeu até 200 mil exemplares. A L&PM é a que, definitivamente reinaugurou por aqui o gosto pelos pockets e o sucesso deles também. O objetivo deles é sempre o mesmo do que pensaram os editores da Penguin (a franquia estadunidense que pensou o livro de bolso no favor de uma cartela de cigarros) é popularizar o livro e o acesso a leitura, tomar a maior quantidade de leitores.

E não é surpresa ir hoje a uma banca de revistas numa rodoviária e dar de cara com um Madame Bovary, de Flaubert, um Vermelho e o negro, de Stendhal, um Memórias do subsolo, de Doistoiévski; ou mesmo aquela cidade do interior que não tem biblioteca, não tem livraria, mas pode ter uma pequena estante numa papelaria ou farmácia com tais pockets books. Não é o máximo?

Práticos e em grande parte com o mesmo conteúdo das edições mais sofisticadas e, não apenas isso, cabem no bolso em todos os sentidos, isso é, reforço, o que mais me atrai neles. O segmento tem se renovado. Outras coleções de grandes editoras tem sido postas à venda, como a Sabor literário, da José Olympio, e a Companhia de Bolso, da Companhia das Letras.

A primeira tem investido inclusive em textos inéditos ou há muito esgotados, de escritores brasileiros e estrangeiros, como Sobre a arte Sobre poesia, do Ferreira Gullar, Caminhando, de Henry David Thoreau, Alguns poemas traduzidos, de Manuel Bandeira, e Paris, França, de Gertrude Stein.

Já a Companhia das Letras, tem dado prioridade também a grandes obras e obras que já se tornaram à beira dos Best-Seller; é possível encontrar desde José Saramago (minha edição de O evangelho segundo Jesus Cristo e de A jangada de pedra vieram daí) a Marcelo Gleiser passando por Fernando Pessoa e Milan Kundera.

A coleção de bolso da Hedra também oferece edições pouco conhecidas de obras da literatura e da filosofia, como a tradução que João do Rio fez para O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, e uma edição de Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe.

Todas são, sempre, muito bem vindas. Só cuidado com as edições da Martin Claret!

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