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Mostrando postagens de agosto 8, 2008

O cinema de Samuel Beckett

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O e E são duas personagens de Film, o filme que Samuel Beckett rodou num velho edifício de Nova York no verão de 1964 a convite do avant-gard Barney Rosset; a princípio esta produção é a primeira de outras duas peças – uma encomendada a Harold Pinter e outra a Eugène Ionesco.  Foi a primeira e única vez que o dramaturgo irlandês viajou à Big Apple. Permaneceu aí só por três semanas, o período de duração das filmagens, sempre com um breve roteiro debaixo do braço e um único ator para interpretá-lo.  Film  estreou em 4 de setembro do ano seguinte na terceira e última noite do Festival de Veneza.  Buster Keaton, então um ator em decadência, vítima da ruína e dos estragos do álcool, foi o único que rodou com Beckett; aceitou sem muito entusiasmo o projeto. Segundo Beckett, provavelmente Keaton nem sequer se deu ao trabalho em ler a história de O, uma personagem em constante ruína e E, o olho que o persegue. “Buster não o entendia. Quem entendia? Nem eu entendia” – diria anos