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Mostrando postagens de fevereiro 14, 2008

Erico Verissimo

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“O que penso de mim mesmo? Depende da ocasião. Nos momentos escuros, minha tendência é considerar tudo quanto produzi até hoje medíocre ou mesmo mau. Nas horas claras, porém, olho com mais indulgência para a minha obra e concluo que, dentre os vinte e poucos livros que escrevi até hoje, uns três ou quatro possuem alguma importância e pelo menos um deles – creio que O continente – sobreviverá por algum tempo. Sei que não sou, nunca fui, writer’s writer , um escritor para escritores. Não sou um inovador, não trouxe nenhuma contribuição original para a arte de ficção. Tenho dito  escrito repetidamente que me considero, antes de mais nada, um contador de histórias. Ora, nos tempos que correm, contar histórias parece ser aos olhos dos críticos o grande pecado moral literário. A chamada ‘boa crítica’ considera a história ou estória , como queiram, uma fama inferior de arte. Na minha opinião isso é, por um lado, uma atitude esnobe e, por outro lado, um equívoco semântico segundo o qu